terça-feira, 24 de abril de 2007

A minha dor



"A minha Dor é um convento ideal

Cheio de claustros, sombras, arcarias,

Aonde a pedra em convulsões sombrias

Tem linhas dum requinte escultural.
Os sinos têm dobres de agonias

Ao gemer, comovidos, o seu mal…

E todos têm sons de funeral

Ao bater horas, no correr dos dias…
A minha Dor é um convento.

Há lírios

Dum roxo macerado de martírios,

Tão belos como nunca os viu alguém!
Nesse triste convento aonde eu moro,

Noites e dias rezo e grito e choro,

E ninguém ouve… ninguém vê… ninguém…"



Florbela Espanca

2 comentários:

Anónimo disse...

o convento onde moras pode ser um lugar onde todos riem onde todos se ajudam mutuamente a subsistir...no convento onde moras podes ver quem está ao teu lado e quem te vê e quem tu vês pode ser um lugar feliz tem de ser um lugar feliz o mais feliz porque é a tua casa eterna

Sandra disse...

Concordo com a Lau mas sem deixar de dizer que Florbela Espanca é sempre uma grande escolha=)!
E deixo-te uma frase que gosto muito:
Os poderosos podem matar uma, duas ou até três rosas, mas jamais poderão deter a primavera. Che Guevara

Bjinho grande guapita;)