"se eu largar eu sinto a sua falta
se eu agarrar ela perde a cor,
ela nao e dos meus dedos
e dos meus medos
e faço-m passar por uma flor
tento imaginar o q ela diz
à espera d aprender
à face da rua existe lua
mas nao e tua
á margem da estrada naao ha nada
mas ja te agrada
tu es o teu mundo
tu es o teu fundo
tu es o teu poço
es o teu pior almoço
es a pulga na balança
es a mae dessa criança
es o mal
es o bem
es o dia que nao vem
agora para de fazer sentido
nao vez que assim estas a pisar fora da estrada
ve se agora paras de fazer sentido
de uma vez
nao ves que ninguem mais te dira
do que nao nos diz nada
ve que o meu coraçao ainda salta
quer e julga ser capaz
nao o faça por meus medos
faça nos meus dedos
e eu fico a ver o que ele faz
sem imaginar o que eu nao fiz
a espera de viver,
a face da chama existe a fama
mas nao te ama
a margem do nada nao ha estrada
ja nao te agrada
tu es o teu preço
es a tua gloria
tu es o teu medo
es a parte uma da historia
ve que o sol ainda brilha
ainda tem por onde arder
nao e mau
nao e bom
sao razoes para viver
se eu largar vou sentir a sua falta
tu es tu sempre que tu es
es mesmo tu quando pensas que es outra coisa
e tu pensas que nao mas tu es mesmo bom a ser sempre quem es
dai o teu motivo ser inapagavel dai o teu desejo ser incontornavel
o prazer e tao maleavel
dai o seu valor ser inestimavel
a razao de existir de um poeta é"
MANEL CRUZ
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